segunda-feira, 9 de março de 2015

Violência no Espírito Santo índice assustador

Preconceito mata – e muito – no Brasil. A discriminação por cor, gênero e orientação sexual ainda é um problema endêmico do país com dados que proporcionam um panorama triste.
O mapa da violência mostra que o Espírito Santo ainda é o número (um) em assassinatos de mulheres. Nos últimos dois anos, entre 2011 e 2013, quase 17.000 mulheres morreram por conflitos de gênero, o chamado feminicídio, que acontece pelo fato de ser mulher.
No Brasil 5.664 mulheres são assassinadas de forma violentada por ano ou uma a cada 90 minutos*. Os dados também são da Ipea.
O Espírito Santo é 0 1º lugar em violência contra a mulher, segundo Espírito Santo é o estado brasileiro mais violento para as mulheres. A taxa de mortes femininas por violência doméstica no estado foi de 11,24 mortes para cada 100 mil mulheres - bem acima da média brasileira, de 5,82, e seis vezes maior que a do Piauí (2,71), o estado com menos registros deste tipo de violência contra a mulher.

Feminicídio
Quero destacar a importância de o Congresso Nacional ter aprovado e reconhecido, finalmente, que o assassinato de mulheres merece tratamento diferenciado, ao aprovar o PL 8305 de 2014, que define o crime de Feminicídio - homicídio cometido contra a mulher tão somente por ela ser mulher, na semana passada (03/03),
A matéria, que muda o Código Penal (Decreto-Lei 2.848/40), será enviada à sanção presidencial: “Considera-se que o assassinato ocorreu em razão do gênero da vítima quando o crime envolve violência doméstica e familiar ou menosprezo e discriminação contra a condição de mulher”. A pena prevista para homicídio qualificado é de reclusão de 12 a 30 anos.





terça-feira, 3 de março de 2015

Mulheres na Politica Brasileira

MULHERES E A POLITICA BRASILEIRA:
"Quem não se movimenta, não percebe as cadeias que o prendem". 
                                                                                        Rosa Luxemburgo

Nos cargos políticos, apesar de termos superado o fato de nunca ter havido uma presidente mulher no Brasil – e também em outros países da América Latina, tais como Argentina e Chile –, ainda é desigual a comparação entre mulheres e homens nos cargos executivos, legislativos e judiciários. Foi na Argentina, inclusive, que a primeira mulher (Isabel Martínez de Perón) ocupou o cargo de presidente no mundo, embora outras mulheres tenham ocupado cargos de chefes de Estado anteriormente em outros locais do globo.

 A história das mulheres no mundo todo tem a mesma gênese baseada na opressão de classe, de gênero e de etnia. De classe, porque sempre houve a dominação pela força econômica, por conta do que Marx chamou de mais valia. De gênero, por conta da dominação somente pela força bruta do sexo masculino sobre o feminino, e de etnia porque algumas nações e culturas se acham melhores que outras por conta da cor da sua pele ou da sua cultura.

Lamentavelmente isto ocorre em pleno século 21, mesmo depois de a ciência comprovar fartamente que geneticamente todos os seres humanos são iguais e que apenas um cromossomo, eu disse apenas um cromossomo, diferencia a mulher do homem. Ainda existem pessoas e nações que se julgam superiores, ao que imputo à falta de conhecimento, ou preconceito, ou ambas as coisas juntas.

Em outubro de 2014, mais de 72 milhões de eleitoras brasileiras – que correspondem a quase 52% do eleitorado – irão às urnas para ajudar a escolher nossos representantes. Se hoje, para nós, o direito ao voto é algo universal (sem distinção de etnia, sexo, crença ou classe social), as coisas eram bem diferentes em um passado nem tão distante. A conquista do voto feminino completou apenas 83 anos em 2015.

No dia 24 de fevereiro de 1932, após intensa campanha nacional pelo direito das mulheres, é que foi publicado o primeiro Código Eleitoral do Brasil.

A conquista tardou e, de certa forma, falhou. Fruto de uma longa luta, iniciada antes mesmo da Proclamação da República, a resolução do então presidente Getúlio Vargas dava o direito de participar das votações somente para mulheres casadas (com autorização dos maridos) e às viúvas e solteiras com renda própria.

As coisas mudaram só dois anos mais tarde, em 1934: as restrições aos voto feminino foram eliminadas do Código Eleitoral, embora a obrigatoriedade do voto fosse um “dever masculino”. Enfim, no ano de 1946, uma nova alteração no código também tornou obrigatória a votação pelas mulheres.

Conheça aqui a história da primeira mulher a votar e das primeiras a serem eleitas no Brasil.

A primeira a votar
A potiguar Celina Guimarães Viana depositou na urna o seu voto e entrou para a história do país, tornando-se a primeira mulher a votar. O gozado é que isso aconteceu em 5 de abril de 1927, antes mesmo da aprovação do Código Eleitoral de 1932.
Nesse mesmo ano de 1927, o Rio Grande do Norte havia sancionado a lei número 660, estabelecendo não haver mais “distinção de sexo” para o exercício eleitoral. Na época, havia uma ausência de regulamentação dos possíveis conflitos entre a legislação do Estado e a Constituição Federal Brasileira. Porém, logo a Comissão de Poderes do Senado mexeu seus pauzinhos e anulou todos os votos femininos daquela eleição.

Primeira prefeita
Foi também no Rio Grande do Norte que a primeira prefeita do Brasil foi eleita. Em 1929, Alzira Soriano, aos 32 anos, elegeu-se na cidade de Lajes. Mas a administração da primeira mulher a frente de um município durou pouco: com a Revolução de 1930, a prefeita perdeu o mandato por não concordar com o governo de Getúlio Vargas. Somente com a redemocratização, em 1945, Alzira Soriano voltou à vida pública, como vereadora do município onde nasceu, em Jardim de Angicos, chegando até à Presidência da Câmara de Vereadores.



Primeira deputada
A médica Carlota Pereira de Queiroz foi a primeira deputada federal da história do Brasil. Eleita pelo estado de São Paulo, em 1934, Carlota fez a voz feminina ser ouvida no Congresso Nacional, ao participar da Constituinte que aposentou a Constituição da República Velha.

Primeira senadora
Em 1979, o arenista João Bosco era eleito senador pelo estado do Amazonas. Apenas dois meses depois de se consagrar nas urnas, sofreu um acidente vascular cerebral e faleceu. A vaga estava aberta. E quem a ocupou foi Eunice Michiles, entrando para a história como a primeira senadora da era republicana. Há quem atribua o título de “primeira senadora da história do Brasil” à princesa Isabel, porém o cargo estava mais para um título destinado aos herdeiros do trono no Brasil Império. Eunice, portanto, tem o título de primeira senadora eleita, ainda que como suplente.

Primeira governadora
A primeira mulher a governar um estado (1983),  Iolanda Fleming foi eleita vice-governadora do Acre na chapa encabeçada por Nabor Junior.
Em 1986, Iolanda foi a primeira mulher a governar um estado da federação.
Em 1994, Roseana Sarney se tornaria a primeira mulher a vencer uma eleição majoritária estadual no Maranhão.


Primeira prefeita de capital
Em 1985, na concorrida campanha eleitoral para a prefeitura de Fortaleza, a petista Maria Luiza Fontenele ocupava o terceiro lugar, com pequenos 10% de intenções de voto, segundo pesquisas. Abertas as urnas, a surpresa: Maria Luiza venceu o páreo, se tornando a primeira mulher eleita para governar uma capital de um estado brasileiro.

Primeira “presidenta” da República
Dilma Rousseff conseguiu em 2010 se eleger a primeira presidente mulher -  ou “presidenta”, como ela prefere ser chamada – da história do Brasil. E a disputa entre as mulheres foi forte: Dilma derrotou Marina Silva, que acabou ficando em terceiro lugar nas urnas. Anteriormente, duas tentativas fracassadas marcaram a trajetória de mulheres que tentaram chegar ao principal cargo do executivo nacional: primeiro, Maria Pio de Abreu em 1989 (que ficou em 17º lugar em uma eleição que teve 22 candidatos à presidência da República), e depois Heloisa Helena, em 2006, que ficou em terceiro lugar.

Em Viana a primeira mulher a administrar o município foi Solange Lube a segunda Angela Sias, a primeira Vereadora Nina...

Fontes: Estadão, TSE, Grandes Curiosidades, Mulheres no Poder, Opinião e Política, pesquisadora: Rozilene de Sá (Estudante de Direito/FINAC-2015).